10/5/2017

Guerra contra a masculinidade. — Está acontecendo hoje, mas eu vi o começo da coisa muitas décadas atrás. Aos onze anos, minha família estava numa pindaíba que fazia gosto, e minha mãe me mandou passar uns tempos com umas parentes mais abonadas que, como vim a descobrir, tinham profunda ojeriza a tudo o que fosse viril, macho, forte e corajoso. Não aguentei muito tempo. Horrorizado com o processo de boiolização forçada, fugi do conforto para voltar a compartilhar a merda com a minha gentil mãezinha. Meu estômago sofreu, mas minhas bolas salvaram-se.

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Tudo o que escrevi de Newton foi sobre as consequências histórico-culturais do mecanicismo. O imbecil que acha que isso tem algo a ver com cálculo diferencial não sabe o que é cálculo diferencial, nem mecanicismo, nem história cultural.

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Típico fofoqueiro mentiroso, vigarista, que, nada tendo a objetar às minhas idéias, as reinventa segundo o modelo da sua própria incultura, para cantar vitória sobre elas com um ar de superioridade infinita.
É óbvio que nunca refutei ou tentei refutar Newton e Einstein, no máximo informei ao público alguns debates que circulam a respeito, que o cretino aqui citado ignora por completo.
Também é patente que jamais “venerei a astrologia”. Nem imagino como se poderia fazer isso. A expressão já mostra incultura e falta de domínio do idioma.
Por fim — será preciso dizer? –, jamais afirmei que havia pedacinhos de fetos nas latas de Pepsi-Cola.
Atribuir-me qualquer dessas três atitudes é CRIME DE DIFAMAÇÃO puro e simples.

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O que há no Brasil é uma superpopulação de divulgadores jornalísticos muito chinfrins.

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Qualquer que seja o caso, ensinar filosofia não é NUNCA impressionar uma platéia inculta com chavões extraídos de manuais, acompanhados ou não de algumas gracinhas picantes. 
Ensinar filosofia é exemplificar ao vivo um ESFORÇO de intelecção fundamental realizado na hora, no momento mesmo da exposição, diante de ouvintes transformados em testemunhas de um episódio intelectual irrepetível. 
 Toda platéia, se o expositor tem um bom domínio da expressão oral, é capaz de acompanhar esse esforço. 
O que falta — no Brasil — são professores capazes de realizá-lo. Dentre os que usualmente aparecem na mídia, não conheço NENHUM.

Paulo Coutinho

Paulo Coutinho

“Como a falta da Alta Cultura não faz nada além de repetir histórias, e dissolver a capacidade de raciocínio e sensibilidade da população?

Acredito que tenha uma simples reposta para essa pergunta através da série “Os dias eram assim”, da Globo. É a mesma história há 50 anos, reparem. Ditadura, “Anos de Chumbo”, Tortura, e blá-blá-blá.

Então, por que a história é sempre a mesma? Certamente daqui a 50 anos uma outra geração repetirá essa mesma ladainha. Por que não falam de outros assuntos? É só porque não querem, ou realmente não têm cultura nem conhecimento (estudo) para abordar outros temas? Não é nem porque são pessoas com pensamentos divergentes ao meu. Por anos simplesmente desprezei o conhecimento.

Por que não existe uma série, por exemplo, explicando à fundo como em 1981, ano que nasci, tínhamos próximo a 8 mil homicídios anuais, e agora, passados 36 anos, temos 8x mais, beirando os 70 mil? A população sequer duplicou. E isso em pleno Estatuto do Desarmamento, vale lembrar.

Por que não existe uma peça de teatro explicando onde o respeito sumiu ao ponto de um aluno ameaçar, agredir, e até matar o professor? E olha que aprontei muito!

Por que não temos um livro explicando como a Revolução Sexual da década de 60 hoje é responsável por meninas de 13 anos engravidando, milhares de abortos anuais, e proliferação de DSTs? É um movimento cíclico!

Por que não temos uma reportagem séria explicando como o brasileiro se tornou insensível ao ponto de ver uma pessoa sendo agredida e, contrariamente à ajudar, saca um telefone para filmar e publicar no Facebook? Não consigo explicação para tal sadismo, e daria uma coça caso presenciasse algo assim!

Para mudar e curar realmente o país, devemos antes tratar da ojeriza ao conhecimento. Tomar amor pelo estudo. É difícil e leva tempo, mas é necessário começar esse trabalho o quanto antes – que com o tempo vira uma paixão. Enquanto incapazes estiverem com as rédeas em mãos, nosso Brasil sempre será o “País do Futuro”, que nada faz além de repetir histórias. Precisamos formar geração de pessoas capazes que realmente façam a diferença para mudar. Leva tempo. Bastante! “É urgente ter paciência.”

Aprendi e descobri a importância disso com o COF, acredito.”

Nícolas Piocoppi

A lição mais preciosa que aprendi com o Olavo e depois com outros escritores como o Henry Miller, o Dostoiévski, o Thomas Mann, o Balzac e outros tantos que valeriam a menção, mas eu fugiria do assunto, é a responsabilidade para com nossa biografia. O Olavo disse uma vez que carregar a cruz atrás do Cristo é justamente sustentar uma tensão que existe em nós e que, para mim, se expressa perfeitamente nas palavras do apóstolo “o bem que quero fazer, este não faço, mas o mal que não quero, este eu faço.” Sobre essa tensão eu digo uma coisa: uma vez que ela se desfaz, você perde totalmente a noção da realidade. Ou você enlouquece, ou enlouquece os demais. Como fazer para se manter “normal” e consciente de si mesmo? É preciso sondar a intenção dos atos, interrogar a si mesmo de onde foi que surgiu os pensamentos que serviram como causa de um determinado ato e assim por diante. Mas isso não é uma tarefa trivial.

Não se trata aqui de julgar se você é bom ou mal. Você não sabe o que você é porque você não sabe muito bem o que é ser muito bom e o que é ser muito mal. Sobretudo se você é muito jovem, você não sabe nem sequer que coisas são mais importantes na vida e que coisas são secundárias. Então o que sobra é a memória perfeita do que você fez, mas essa é a memória bruta, que precisa ser julgada segundo critérios bastante subtis posteriormente. O fazer-uma-coisa no mundo exterior corresponde à última parte de uma longa cadeia de movimentos interiores que você, se quiser e tiver estômago, pode vir a descobrir se tiver muita atenção e se sua percepção for aguçada, e, claro, se tiver boa memória.

Eu notei que entre algumas pessoas para as quais já falei de algumas histórias, de livros ou de dramas de outras pessoas, elas responderam com impaciência querendo cortar o caminho que levaria a um entendimento mais pleno da situação. “Ah, não preciso saber mais de nada, fulano de tal é um cretino, fulana de tal é puta, pronto, acabou!” Olha, você já parou para pensar que nem sempre alguém conta uma história para fechar alguém num julgamento de superfície como estes? E que fazer isso é coisa de desocupado? Que nem sempre uma história quer te mostrar que alguém é um canalha? E que nem mesmo as pessoas com quem você convive são muito mais cretinas do que você mesmo é e que por isso mesmo não dá para você usar esse tipo de rótulo para nomear adequadamente aquilo que você vê como forma distintiva de fulano?

Sondar os nossos atos significa antes de mais nada saber o que fizemos, por quê o fizemos, quando o fizemos e quais as consequências reais ou possíveis daquilo que fizemos. Se temos esse mapa em nossa mente, temos possibilidade de julgar realmente o que fizemos. Não querer saber dessas informações já é por si um sinal de inconsciência, um desprezo criminoso da nossa parte. Depois disso é preciso ainda olhar para dentro do nosso coração e nos perguntarmos muito sinceramente os nossos verdadeiros motivos, os nossos maus hábitos que nos levaram a fazer isso e aquilo e todos os nossos sentimentos com relação a nós e aos outros que nutrimos em nós.

Para sentirmos culpa do que fizemos é preciso primeiro saber o que fizemos, e saber empiricamente. Depois é preciso reconhecer naquilo que fizemos, em comparação com uma fonte de sabedoria superior que informe o que é melhor e o que é pior para a vida, a natureza formal do que fizemos. E frequentemente reconhecer isso significa reconhecer por meio dos nossos sentimentos primeiro. A confissão exige a contrição justamente porque se não há certo sofrimento e vergonha diante daquilo que fizemos, nós não chegamos a saber realmente o que fizemos. A maioria dos pecados que confessamos deveria ser confessada por atrição e não por contrição real.

O sentimento de culpa portanto é uma consciência perfeita sobre nós mesmos e não é possível expulsá-lo das nossas vidas sem que junto não expulsemos também a nossa inteligência e a nossa sanidade mental. É a nossa cruz. A consciência da nossa existência se não for culpada só poderá ser de outra maneira: redimida. Mas essa redenção corresponde a uma determinada ação divina que nunca é realmente levada até o fim nesta vida. Essa é a consciência do céu, onde o Cristo, esquecendo os nossos pecados e nos refazendo, isto é, nos perdoando, nos dá a ver as coisas sem a marca do pecado. Mas este é um estado de consciência que não é alcançado por nós nesta vida ou, se é, o é pelos maiores santos.

Daniel Fernandes

Daniel Fernandes

Dissentir de um mestre, e de mestre experimentado e ímpar como o professor Olavo, preceptor de uma geração, constitui uma temerária ousadia. Pode-se discordar de alguma das suas interpretações, pode-se dissentir de alguma de suas opiniões, algumas de suas afirmações podem não ser precisas ou verdadeiras. Tudo isso é normal. Antes, contudo, convém se perguntar: com que fundamento me atrevo a dissentir de um grande filósofo, na inteligência deste ou daquele assunto? Por que ouso imaginar que o filósofo se enganou, na interpretação dos fatos? Domino suficientemente este tema ou assunto? Compreendi corretamente o que o filósofo quis dizer? Acontece que em quase 100% dos casos, o professor Olavo é contestado pelo preconceito, pela incompreensão, pela inveja e pelo analfabetismo funcional. 
Dissentir é, na maioria das vezes, um privilégio das pessoas inteligentes, fundamentadas e respaldadas, capazes de compreender o pensamento do interlocutor, sem falsificá-lo. Coisa rara. 
A verdade é que, poucos homens sabem respeitar as prerrogativas do espírito com o seu sagrado direito de dissentir e duvidar. A maioria dissente sem compreendê-lo. Por isso, nada mais chato e estúpido do que esse antiolavismo monótono e aborrecido. Por sorte, os antiolavistas serão esquecidos. Terão o destino das folhas secas. 
Olavo é patrimônio nacional.