9/5/2017

https://www.change.org/p/a-policia-civil-crime-de-inj%C3%BAria-religiosa-por-parte-da-igreja-universal?recruiter=65604478&utm_source=share_petition&utm_medium=whatsapp

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Líderes católicos americanos pedem que o governo Trump investigue a possível interferência de Soros, Obama e Hillary na eleição do papa Francisco

http://remnantnewspaper.com/web/index.php/articles/item/3001-did-vatican-attempt-to-influence-u-s-election-catholics-ask-trump-administration-to-investigate

Notícia em francês: http://www.europe-israel.org/…/selon-des-emails…/

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Por que, meu saco, por que tantas pessoas acham que usar e abusar do jargão igrejeiro é sinal de devoção? Sobretudo quando estão fazendo alguma intriga, prestando algum falso testemunho, é só “bênção” pra cá, “meu encontro com Jesus” pra lá, etc. etc. Se suas ações mostrassem um milésimo da caridade cristã que sua linguagem imita, seria um festival de bondade tão imenso que bastaria para enxugar, pelo menos, todas as lágrimas da cidade de São Paulo.

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Da minha parte, caríssimos, não tive encontro nenhum com Jesus, nem imagino como poderia se dar semelhante prodígio. Ouvi falar d’Ele e vi sinais da Sua ação na minha vida, bem como no mundo em torno, em resposta a preces minhas ou de outras pessoas. Encontro, mesmo, necas. Só espero que seja Ele quem virá me buscar quando eu bater as botas.

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Uma curiosidade que tenho há anos: Por que as pessoas que por um motivo qualquer me odeiam começam logo a buscar outras que compartilhem de tão nobre sentimento e formam um grupinho? Por que não conseguem odiar sozinhas?

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Uma boa sugestão é que, em vez de ficar com essa linguagem de púlpito o tempo todo, o cidadão se pergunte antes de dormir: Quantas lágrimas enxuguei hoje no rosto sofrido dos meus irmãos?

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Outras perguntas úteis: Quantos filhos reconciliei com os pais? Quantos maridos com as esposas? Quantas brigas insanas apaziguei? Quantas feridas curei? Quantas confusões desfiz? Quantas intrigas desmanchei? Quantas palavras de estímulo disse ao pobre junto com a esmola que lhe dei? Quantos pesos ajudei a carregar?

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O direito de expressar opiniões não suprime o de não lhes prestar atenção.

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Sempre faço um esforço para compreender as pessoas, mas na maioria dos casos o resultado é compreender que elas não compreendem nem mesmo o que elas próprias dizem, quanto mais o que eu digo.

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A atenção do ouvinte não é jamais um direito, exceto nos tribunais. Em todas as demais circunstâncias é um privilégio que você tem de conquistar.

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Quando Jesus diz que antigamente Deus Pai aceitava o divórcio porque os corações dos homens eram duros, Ele está ensinando, com toda a clareza possível, que os Mandamentos são eternos e imutáveis, mas sua aplicação a casos concretos varia segundo as circunstâncias histórico-sociais. Nosso problema é que só Ele sabe fazer precisamente a mediação entre essas duas coisas. Nós ficamos na tentativa e no mais-ou-menos.

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Imagino o desespero do cidadão que, ao chegar àquela idade em que não tem mais força para defender a família na porrada, quer comprar uma arma mas o governo não deixa. A coisa é de uma crueldade intolerável.

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Pensando na Lena Groves de “Light in August”. A moça solteira grávida que é vilmente abandonada pelo pai do bebê age mal se ela se casa com outro? Do ponto de vista da estrita moral cristã, é claro que não. Ela está no seu direito, e o segundo homem tem mérito. Mas ela e ele escaparão ao julgamento negativo do meio social que se pretenda religioso? Dificilmente.

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Os medíocres só reconhecem um pecado no mundo: a esquisitice, ou o que tal lhes parece.

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Dizer que a proteção dos cidadãos incumbe só à polícia é supor que cada um deles venha ao mundo com um policial acoplado. Por definição, os crimes acontecem onde a polícia não está, exceto no caso de que a própria polícia os cometa.

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Sempre admirei sem limites minha ex-empregada Zuleide, a qual, ainda jovem e bonita, se casou com um viúvo que já era pai de seis filhos. Muié forte é isso. Outros a chamariam de louca.

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Falar em “polícia preventiva” só tem sentido na escala de uma generalidade estatística da qual NADA se pode concluir quanto a nenhum caso real. É proteção abstrata contra crimes concretos.

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Se sofreu uma sacanagem, certifique-se de que é forte o bastante para castigá-la, e então perdoe. Perdoe tudo. Perdoe sempre. Perdoe sorrindo. Perdoe feliz.

Diana Castro Sempre peço em minhas orações que Deus me ajude a aprender a perdoar as pessoas, pois tenho dificuldade com isso. Não há coisa pior do que guardar rancor.
Olavo de Carvalho Rancor é frescura. E, como toda frescura, difícil de eliminar.
Alexandre Alves E se a pessoa que sofreu uma sacanagem não for forte o bastante para castigar o sacana, professor?
Olavo de Carvalho Você pode castigar primeiro e perdoar depois, mas só se tiver razões suficientes para crer que o castigo fará bem à pessoa.
Paulo Figueiredo Filho Mas o perdão não é só para quem se arrepende? Se sofri uma puta sacanagem – das piores – de um sujeito mau por essência, que faria novamente sem pestanejar, como perdoar?
Olavo de Carvalho Depende. Se você gostar muito da pessoa, castigue-a até que ela se arrependa, e então perdoe.

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Os coitadinhos não perdoam jamais. Ficam o resto da vida tramando vinganças imaginárias.

JS Cesar Prof.° Olavo, mudando de assunto, se me permite… o sr. acha q. o universo é mesmo infinito ou sua finitude é relativa entre a capacidade humana de o conhecer e o ponto de vista de Deus, O qual o vê de fora? Deus vê o universo de fora, não é? Puts, pior que se Deus o sustenta, Ele não o vê de fora, mas o vê em Si próprio… Caraio, poderia me ajudar nesse abacaxi? rs 
Formei essa pergunta porque, antes, uma amiga levantou a questão da finitude da partícula, que ela não termina, pois vai se diminuindo até chegar em Deus, que sustenta tudo, assim como o universo vai se expandindo até chegar em Deus. Acho que, se for assim, precisa haver uma passagem do limite da matéria, seja ela micro (a partícula, a menor parte) ou macro (o universo, a maior parte possível), para o mundo espiritual, que açambarca a este. Se bem que, se ambos os mundos se separam, eles são duas coisas distintas, certo? Puts, me dê uma luz aí, psor. rs Essas questões são respondíveis? Fazem sentido? Poderia me recomendar algumas obras pra eu ler q.do estiver preparado?
Olavo de Carvalho JS Cesar Infinito, só Deus. O universo é apenas ilimitado. Qualquer coisa que possa ser abordada do ponto de vista quantitativo, mesmo que seja para dizer que é imensurável, não pode, por definição, ser infinita. Descartes já fazia essa distinção.

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Nada como a grande literatura de ficção para desenvolver no leitor a capacidade de julgamento moral. Ali vemos muitas situações dramáticas, trágicas, cômicas ou paradoxais que jamais encontraremos na nossa vida pessoal, que transcendem o nosso horizonte atual de consciência, mas que devemos conhecer porque fazem parte da vida humana e porque nada impede que amanhã ou depois apareçam diante de nós ou sucedam a nós mesmos. A experiência imaginária amplia a nossa compreensão moral e nos prepara para julgar as coisas com sabedoria e justiça. A maior parte dos julgamentos morais errados provém da imaginação estreita.

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Não conheci nenhuma Lena Groves, mas agora sei que, se aparecer uma diante de mim, compreenderei o que está acontecendo com ela.

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Perdoar é sempre uma demonstração de força. O perdão é próprio dos reis e juízes, não dos coitadinhos. Mas há também o falso perdão que é só afetação e sentimentalismo bocó. O sujeito diz “Eu perdõo” e depois, escondido, vai fazer uma macumbinha.

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Na vida do santo budista tibetano Milarepa, há um episódio memorável, em que o tio dele, chefe de parte da família que o ofendeu gravemente, diz:
— Se você tem dinheiro, faça-nos uma guerra. Se não tem, faça uma macumba.

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Uma vez um membro da minha família me fez um dano que eu não tinha como revidar. Eu queria perdoá-lo, mas o hominho era cínico e não dava o menor sinal de arrependimento. Que é que eu fiz? Meti-lhe um processo e, na audiência, quando vi que ele estava assustado, pedi que o juiz suspendesse a sentença.

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No livro do Pierre Verger sobre a magia yoruba, ele fala de um rito que faz cair a piroca do seu inimigo. Nunca tentei, não sei se funciona.

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Conheci um sujeito que só cometeu adultério depois de acusado disso muitas vezes. Grande e estranho é o mundo, como diz Ciro Alegría.

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Cuidado com o hômi:

http://info24.fr/selon-psychiatre-italien-macron-psychopate/

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Ter sido repórter entre 1965 e 1972 mais ou menos, também ajudou. Vi coisas do arco da velha.

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O emprego podia ser uma merda, mas só a oportunidade de conhecer Jan Peerce e Roberto Rossellini já pagou todas as penas.

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No tempo em que trabalhei de astrólogo, entre 1978 e 1980, se a experiência não tivesse servido para mais nada, me fez, pelo menos, conhecer uns milhares de vidas humanas — “food for thought” até hoje.

Anderson Elias Carvalho Professor li uma vez que suas analises são baseadas apenas nos sete planetas clássicos, gostaria que desse uma olhada nesse vídeo, achei interessante: https://www.youtube.com/watch?v=161xGIUcUp0
Olavo de Carvalho Desculpe, mas só voltarei a pensar em assuntos astrológicos depois de 2027.

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Coisa que nunca me faltou, desde criança, foi experiência da vida. Ortega y Gasset diz que ela é quase uma ciência.

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Bob Hope deu a seu livro de memórias o título de “Nunca Saí de Casa”, e Vittorio Gassmann o de “Um Grande Futuro pelas Costas”. A maior parte das vidas humanas fica em algum lugar entre esses dois extremos.

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A lei e a moral vigente exigem que os donos de hotéis e restaurantes se tornem zeladores da nossa saúde, não permitindo jamais que os fabricantes de cigarros lhes façam concorrência no privilégio de nos envenenar. 
Agradeço aos céus ter nascido meio século antes dessa moda, caso contrário eu não perceberia o quanto ela é maluca.

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Depois de fazer oito filhos, você não liga mais se o seu pinto for embora. Mas acabo de confirmar, no banheiro, que, se algum dia fizeram a macumba do Pierre Verger contra mim, não funcionou.

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Uma coisa tocante em “Light in August” é a ingenuidade da Lena Groves em acreditar que o homem que a abandonou a está esperando em algum lugar para se casar com ela.

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Embora o anti-semitismo na direita americana fosse sempre minoritário e marginal (quando mais não fosse, pelo grande número de judeus entre os pais fundadores do conservadorismo), e embora fosse também fenômeno “light”, sem nada da truculência do anti-semitismo alemão, a esquerda nunca parou de explorá-lo por todos os meios possíveis e imagináveis como instrumento para estigmatizar todos os direitistas. Usava reportagens, entrevistas, filmes, livros, teses universitárias, peças de teatro, o diabo. Hoje, quando a esquerda é abertamente anti-semita e aplaude sem o menor constrangimento as agressões a judeus na França ou onde quer que seja, a direita não faz praticamente nenhum barulho a respeito, limitando-se a registrar o fenômeno como se fosse uma coisinha de nada.

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Com marido, sem marido ou com cinco maridos, toda mulher grávida merece nosso carinho e proteção. Isso deveria ser instintivo.

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Em “Light in August”, o personagem Byron Bunch, uma doçura de sujeito, vira objeto de fofocas e críticas desde o momento em que se apaixona pela grávida abandonada e, sem tocar nela, decide ajudá-la. Es fueda.

Em “Light in August”, os dois personagens principais, a coitadinha Lena Groves e o psicopata assassino Joe Christmas, jamais chegam a se encontrar, mas suas vidas estão intimamente entrelaçadas. Somente um gênio do romance consegue mostrar a importância decisiva de episódios que NÃO aconteceram.

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Desde criança, só um assunto me interessa: o sofrimento humano. Tudo o mais, para mim, é frescura.

Rafael Nogueira O senhor já se interessou pelo budismo, suponho. Sofrimento é a tônica da doutrina/disciplina budista. Mas afastou-se quando percebeu alguns limites. Estou certo, professor? Se estiver, qual o maior problema que o senhor viu no budismo?
Olavo de Carvalho Li as obras do D. T. Suzuki, a vida de Milarepa etc. e aprendi algo de budismo com o Michel Veber, mas nunca fui um entusiasta.

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Acordei para a vida no dia em que um morro desabou e matou toda a família do meu amigo neguinho, Laerte. Ele foi para um orfanato e nunca mais o vi.

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Gato tem sete vidas? Grande merda, eu já tive umas quarenta.

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Meu amigo George tinha um irmão lesado pela meningite. O homem passava os dias na janela, de pijama, olhando para o nada. Eu me perguntava se isso não ia acabar nunca.

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Tínhamos um vizinho bêbado, que vivia internado. Um dia fui com a minha mãe visitar a esposa que ele havia abandonado. Era a mulher mais bonita que eu já tinha visto. Não entendi nada.

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Tínhamos outro vizinho, casado com uma mocréia, com um filho aleijado e outro retardado. De vez em quando o homem se engraçava para cima da minha mãe, em vão. Ela e eu morríamos de dó dele, que mais poderíamos fazer?

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O que já vi de sofrimentos nesta vida ultrapassa infinitamente os que eu possa ter padecido em pessoa.

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Autopiedade é coisa de quem nunca viu porra nenhuma.

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E o capitão da PM, cliente do meu pai, entalado para sempre numa cama de hospital com uma bala na espinha, falando com uma voz ofegante que parecia vir de uma máquina e que até hoje não me sai da memória!

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Quando entrei no ginásio, já tinha visto tanto sofrimento humano, que meus colegas de classe me pareciam ter dois anos de idade.

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Exceto um deles, chamado Humberto, que, órfão aos doze anos, aos quinze já era um pequeno empresário e sustentava a família. Esse era um homem.

O Moises Amon Thompson conta que, além dos malefícios, o Pierre Verger também ensina curas. Minha dúvida é se traz os paus de volta.

João Pedro Magalhães Camargo Sua vida parece um romance do Graciliano Ramos com final feliz.
Olavo de Carvalho Quer saber? É mesmo.

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E meu professor de alemão, um belga que ao chegar ao Brasil pegou poliomielite e teve de usar muletas até o fim dos seus dias? Quando ele morreu, a mulher dele não viveu mais 48 horas. Foi atrás, deixando duas filhas, uma das quais era namoradinha do meu irmão.

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Ane Hauagge escreve:

Atenção/denúncia:
Pedro Castro Alves™ citou essa frase maneira do Nietzsche (Assim Falou Zaratustra 💕📚 ) em um grucpo de WhatsApp™ © ®:
“Freqüentas as mulheres? Não te esqueças do açoite!”

MAS ESTA ERA A DURA REALIDADE:

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Imagino o meu pau voando para não mais voltar, e eu na janela dando adeusinho. Cena tocante é isso.

Julgamento moral

Nada como a grande literatura de ficção para desenvolver no leitor a capacidade de julgamento moral. Ali vemos muitas situações dramáticas, trágicas, cômicas ou paradoxais que jamais encontraremos na nossa vida pessoal, que transcendem o nosso horizonte atual de consciência, mas que devemos conhecer porque fazem parte da vida humana e porque nada impede que amanhã ou depois apareçam diante de nós ou sucedam a nós mesmos. A experiência imaginária amplia a nossa compreensão moral e nos prepara para julgar as coisas com sabedoria e justiça. A maior parte dos julgamentos morais errados provém da imaginação estreita.