Crianças, mulheres e boiolas adoram atrair piedade. Têm nisso um prazer indescritível. Homem, quando começa com esse negócio, está com treta. É melhor desconfiar.
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O Marlon Belotti pergunta quais os meus dez poemas preferidos. Dez exatamente, não sei. Mas amo sobretudo a “Divina Comédia” de Dante, os sonetos de Camões e de Shakespeare, “The Waste Land” de T. S. Eliot, “The Second Coming”, de William B. Yeats e a inteira obra lírica de Manuel Bandeira, assim como a de Antonio Machado. Amo também Stefan George e Hugo von Hoffmansthal, mas conheço só um pouquinho das suas poesias porque ler em alemão é muito difícil.
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Até hoje, nenhum poeta francês tocou o meu coração como esses. Nem mesmo Villon.
É difícil ser poeta num país que tem o gênio da prosa.
Algum poeta francês chegou jamais a ser eloquente como Léon Bloy e Georges Bernanos? Fluente e musical como Stendhal? Emocionante como François Mauriac? Inventivo na linguagem como Pierre Boutang? Gigantesco na imaginação como Balzac? Conciso e penetrante como Pascal? Formalmente perfeito como Flaubert? Claro e nítido como Louis Lavelle?
Olavo de Carvalho P. S. – Arrebatadoramente doido como Céline? Simples e contundente como Julien Green?
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Conversando ontem com o Geraldo Ribeiro, me ocorreu a obviedade de que, se a posição do Brasil no quadro geopolítico mundial é promissora, as chances de que as possibilidades aí contidas venham a ser aproveitadas são mínimas ou nulas, porque o material humano que constitui a nossa classe dirigente — política, empresarial e intelectual — é merda pura. Num jogo de xadrez, o que decide o desenlace da partida não é a posição das peças no tabuleiro num dado instante, mas a inteligência dos jogadores.
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Ninguém perguntou quem prefiro entre as escritoras — mulheres –, mas eu respondo: Santa Catarina de Siena, Sigrid Undset, Selma Lägerloff, Simone Weil, Régine Pernoud e Susanne K. Langer. Não tem pra mais ninguém.
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Nunca ter lido Santa Teresa de Ávila é um vexame, mas vexame maior ainda seria preferi-la sem lê-la.
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Se eu fosse apontar a mulher mais linda que já apareceu no cinema, votaria mil vezes em Maud Adams.
Olavo de Carvalho Não ousem indicar concorrentes.
The Six Poems of Catherine Pozzi
Matheus Andrade Olavo de Carvalho Atualmente o senhor têm alguma pretendente?
Olavo de Carvalho Matheus Andrade Eu? Véio e broxa?
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Está fazendo um ano que o Arruinaldo Azevedo anunciou “o triste fim do Olavo de Carvalho”, chamando-o de “celerado”, comunista e admirador do Marighela por ter dito que o impeachment da Dilma não ia adiantar porra nenhuma…
O fim não veio, mas o impeachment, como se sabe, inaugurou no país uma era de prosperidade, lei e ordem, esplendor cultural, brilho incomum e glórias espetaculares, não é mesmo?