31.12.2017

O burguês nada despreza tanto quanto à pobreza, que ao cristão, pelo contrário, inspira uma espécie de temor reverencial como imagem fiel da condição humana inteira. Não foi à toa que a Igreja fez dela uma obrigação sacerdotal. Desprovido da fé cristã, o pobre sente vergonha de não ser um burguês, e, quando não consegue tornar-se um por suas próprias forças, se apega às promessas do socialismo. Se essas promessas sempre falham, não é porque sejam traídas no caminho. É porque são, desde a base e a origem, uma farsa macabra: ninguém pode libertar o oprimido começando por escravizá-lo à escala de valores do opressor.

Tiago Barreira Não há riscos de com isso, cairmos no problema contrário: ao invés da vergonha da pobreza, o orgulho?
Olavo de Carvalho Tiago Barreira Mas não temos um Jacob Wassermann para descrever essa síndrome.

Quando Sto. Agostinho diz que as virtudes são feitas da mesma matéria que os vícios, isso quer dizer que só nos livramos dos vícios quando, em vez de lutar em vão para eliminá-los, os transfiguramos em virtudes pelo poder da oração. A brutalidade pode transformar-se em auto-sacrifício heróico, a sensualidade em culto da beleza e da bondade.

No primeiro volume da trilogia de Jacob Wassermann, o jovem Etzel Andergast, para corrigir um erro judiciário, destrói a vida do próprio pai. O leitor fica com a impressão amarga de que há um erro trágico no fundo do senso de justiça. No segundo volume, o erro latente se mostra à plena luz do dia, quando Etzel cai de herói para patife, comendo a mulher do seu melhor amigo e mestre e dando covardemente no pé. No terceiro, o marido corneado, Joseph Kerkhoven, passa por uma metanóia, reencontra o sentido da vida por meio do perdão e atinge o cume da sabedoria. A obra mais cristã da literatura alemã foi escrita por um judeu.

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Momento do consumidor: Eu pensava que a melhor garrafa térmica do mundo era a japonesa Zojirushi, mas a americana Coleman dá nela de dez a zero.

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A resposta ao mesmo tempo ofensiva, sentimentalóide e mentirosa do Paulo Roberto de Almeida só prova uma coisa: o antipetismo é o primeiro e mais fácil refúgio dos incapazes.

Paulo Roberto de Almeida vende geladeiras mediante o argumento de que geladeiras não existem.

Se o globalismo não existe, a defesa das soberanias nacionais não pode lhe fazer mal nenhum, não é mesmo?

O mais safado artifício verbal do Paulo Roberto de Almeida é usar a palavra “globalismo” no sentido de “resistência ao globalismo”. A quem ele espera enganar com esse truque pueril?

O Paulo Roberto de Almeida carimba de mero falatório ideológico todos os livros que ele não leu.

A indecisão, que na vida prática é um vício debilitante, pode ser na vida intelectual a raiz de muitas virtudes: prudência, abstinência de juízos precipitados, integridade. Se você é indeciso, desenvolva-se intelectualmente no estudo de questões difíceis e sua indecisão acabará se transferindo da esfera prática para um lugar onde ela pode ser útil.

Garanto para vocês: o Paulo Roberto de Almeida não tem nem a mais mínima informação indispensável para discutir o assunto. A ignorância dele nessa área aproxima-se da perfeição.

Esse sujeito acha que meio século de influências e pressões da ONU sobre os programas educacionais de dezenas de países são “invencionices da direita”.
Ele fala do “politicamente correto” como se fosse uma mera esquisitice de esquerdistas, não um código imposto ostensivamente por toda a mídia, todo o sistema educacional e toda uma constelação de empresas e fundações bilionárias.
Não posso discutir com um primário que não sabe nem o quer quer dizer a palavra “fato”.

Ele até se faz de coitadinho porque a entrevista virou um debate sem aviso prévio. Uai, eu também não fui avisado e não estou choramingando.

Nunca vi tamanho esforço para limpar um cu de elefante com cotonete.

Lee Penn, no livro “False Dawn”, reproduz meticulosamente todos os documentos, relatórios e atas de assembléias que atestam pelo menos meio século de esforços da ONU e de vários grupos bilionários para criar uma religião biônica mundial, “humanista”, da qual o cristianismo se reduziria a uma etapa preparatória já superada.
Paulo Roberto de Almeida NEGA OS FATOS com cinismo exemplar, ao mesmo tempo que revela ser, ele próprio, um adepto ou agente do projeto “humanista” alegadamente inexistente, falando de Cristo como Ele se fosse um mero precursor… do Paulo Roberto de Almeida:
“Cristo representou avanços no humanismo, mas alguns cristãos transformaram certos valores em dogmas.”

Ele já começou o debate no Brasil Paralelo me chamando de paranóico, e agora, no seu arremedo de resposta, acrescenta novos insultos. Vejo-me, portanto, no direito de declarar em público que considero esse sujeito, que antes, por engano, eu tinha em alta conta, uma das mentes mais mesquinhas e desprezíveis que tenho encontrado.

Quem apela a carimbos ideológicos infamantes e, gabando-se de detentor dos fatos, não cita UM ÚNICO que fundamente as suas opiniões, não é um interlocutor qualificado, é apenas um ridículo “poster boy” fazendo jus ao seu salário.

O globalismo, como o PCC, o Foro de São Paulo e o Mensalão, é mais um exemplo da certeza apodíctica do Teorema de Picágoras: Toda piroca, tão logo entra, se torna invisível.

Jesus deu sua modesta contribuição e foi superado. Caminhou sobre as águas, mas Paulo Roberto de Almeida, como todo mundo deve ter observado, já caminha sobre os ares.

“Humanismo” e “dogma” são duas palavras de cujo significado o Paulo Roberto de Almeida não tem A MENOR IDÉIA.

Há pessoas que tentam dizer merda, mas não conseguem. Só sai peido.

O “modus arguendi” do Paulo Roberto Almeida é o mesmo do Maestro Bagos: em vez de contestar o que eu digo, fala mal de partidos e grupos ideológicos que me são totalmente alheios, e acredita que assim refutou os meus argumentos. O Imbecil Coletivo só discute com o Imbecil Coletivo, não com pessoas de carne e osso.

Contribuição do Ricardo De Almeida :

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À meia-noite, por sugestão da Meri, vamos estar rezando isto:

Te Deum

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;
A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.

A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,
A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,
A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,

Ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objecto das nossa a adorações,
Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.

Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes
não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!

Vós, vencedor do estímulo da morte,
abristes aos fiéis o Reino dos Céus,
Vós estais sentado à direita de Deus,
no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos firmemente
que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.

A Vós portanto rogamos que socorrais os vossos servos
a quem remistes com o Vosso preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na eterna glória,
entre o número dos Vossos Santos.

Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos
E esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor,
compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,
pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

 

30.12.2017

“Poder pessoal” é aquilo que alguém pode fazer por suas próprias forças, sem nenhum apoio externo. Um homem de verdade jamais fala mais grosso do que o seu poder pessoal.

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A trilogia de Jacob Wassermann compõe-se de (1) 0 Processo Maurizius; (2) Etzel Andergast; (3) A Terceira Existência de Joseph Kerkhoven. Não sei por que, a tradução americana do segundo volume, em 1932, saiu com o título de “Doctor Kerkhoven”, confundindo os leitores.

P. S. O primeiro e o segundo volumes têm boas traduções brasileiras, já antigas.

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Finalmente compreendi que a principal função dos advogados é traduzir tudo do idioma humano para o advoguês.

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Coisas que estarão para sempre acima da minha compreensão:
1 – Leis tributárias.
2 – Regulamentos federais, estaduais, municipais e distritais de qualquer nação ou planeta.
3 – Manuais do usuário do que quer que seja.

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A perfeição dos direitos humanos, hoje em dia, consiste em não enxergar diferença entre um beijinho roubado e um estupro.

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Flávio Lindolfo Sobral

Segundo meus cálculos, já são 773 horas, 58 minutos e 28 segundos de aulas do Curso Online de Filosofia, o famoso COF, do Olavo de Carvalho. Estamos na aula de número 412. Oito anos no ar completados em março deste ano de 2017. Se a alergia lhe oferecer uma trégua neste sábado, 30/12, o professor atingirá a marca de mais 775 horas de aulas.
Qual a importância destes números? Simples: quantas horas/aulas os críticos anti-olavo assistiram?
Já escutei de tudo: “é uma seita”, “é nada demais”, “é lixo”, “é enfadonho”, “eu já superei o Olavo”… Pergunte a estas alminhas: quantas horas/aulas do COF você assistiu? Se o indivíduo insistir que não é necessário assistir nenhuma aula para proferir sua crítica, mande-o tomar no cu logo. Não dê oportunidade de diálogo para desonesto. Se você acha que há outra forma de abordagem com gente que toma atitudes desonestas como estas, bem, a vida, a paciência e o tempo perdido são seus.

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O principal empenho das elites intelectuais, políticas e econômicas do Ocidente, hoje em dia, consiste em perverter e reprimir os mais naturais e espontâneos sentimentos humanos e até as simples percepções sensoriais diretas até que desapareçam da memória coletiva e possam ser substituídos por quaisquer arranjos postiços ‘que sejam úteis ao controle social.
Em última análise, esse empreendimento macabro provém das mesmas organizações esotéricas que, baseadas numa doutrina dos ciclos jamais confirmada historicamente, condenam a decadência moderna e prometem para breve a restauração das tradições.

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As mulheres nos romances de Jacob Wassermann são todas anjos, demônios ou idiotas perfeitas.

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AVISO:Hoje, sábado, 30 de dezembro, NÃO HAVERÁ AULA DO COF. Não posso dar aula com a voz do Darth Vader. Feliz Ano Novo para todos. Voltamos à atividade normal no dia 6 de janeiro.

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Não há provavelmente um só ser humano que não esteja insatisfeito e frustrado com alguma condição que não escolheu: com a sua estatura ou a cor da sua pele, com a família ou o sexo em que nasceu, com o tamanho do seu pinto ou do seu pé. Alimentar essas insatisfações é incompatível com a conquista da maturidade, mas hoje em dia o “establishment” não apenas as alimenta e estimula, como também espalha a crença de que alguém é culpado por essas frustrações e, para a felicidade geral, deve ser eliminado.

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Para vocês verem como na minha família somos homofóbicos. Nas suas últimas semanas de vida, a amiga de cuja companhia minha mãe sentia mais falta era uma travequinha da vizinhança, a quem ela e meu irmão deram carinhosamente o apelido de Muminha, diminutivo de “múmia”, depois que ela realizou a proeza de perder seu trigésimo celular. Muminha não mediu esforços para ajudar a amiga no hospital e, quando minha mãe morreu, chorou copiosamente.

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Robledo Milani, kítrico de cinema, diz que “O Jardim das Aflições” é uma bosta e será esquecido. Robledo Milani, ao contrário, será imortalizado no panteão das glórias intelectuais brasileiras e lembrado para sempre.

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Segui a fórmula da Celina Vieira, a quem muito agradeço, e acordei bem melhor, mas a minha voz continua a mesma e os meus cabelos continuam caindo.

Passar Vick Vaporub ou equivalente no pé e dormir com uma meia grossa.

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Os comentários na página do Robledo Milani cobrem-no de tanta merda que seus conhecidos de muitos anos, ao verem-no em tal estado, dirão:
— Puxa, você não mudou nada.

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Uma coisa que me agrada muito no Jacob Wassermann é que ele não se inibe de contrastar personagens excepcionalmente bons com outros anormalmente maus. Só os idiotas acreditam em “cinquenta tons de cinza”.

Giuseppe Chiappetta Professor, qual é mesmo o nome do seu filme favorito?

Olavo de Carvalho “Aurora” (Sunrise) de F. W. Murnau.

 

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Meu desprezo por leitores intoxicados de preconceitos verbais politicamente corretos é tanto, que espero sinceramente que jamais me leiam. Não quero persuadi-los de nada, não quero mudar o maldito curso das suas vidas, não quero que sua inteligência desperte. Quero que se engasguem cada vez mais na sua massa fedorenta de cacoetes paralisantes até que sua linguagem se reduza a um código de grunhidos legalmente autorizados.

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Duas coisas que torram o meu saco até virar carvão: pais que humilham seus filhos em público e filhos adultos que ainda odeiam os pais que os humilharam em público.

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Mulher rica que se aproxima de um escritor oferecendo vida mansa, patrocínio e fama é encrenca na certa. Um bom pedaço do romance do Jacob Wassermann, “A Terceira Existência de Joseph Kerkhoven”, é sobre isso, e como é verdadeiro, puta merda! Tive um amigo, gênio irrealizado, que caiu numa armadilha dessas. A mulher construiu para ele um palácio, onde ele se sentia, segundo me confessou, como uma onça no zoológico, e de onde acabou fugindo, mas demasiado tarde. Tive a sorte de namorar uma filha de banqueiro que jamais me ofereceu um tostão, comeu humildemente todos os jantares que lhe paguei e só me retribuiu com ternura, que era tudo o que eu precisava. Só não casei com ela porque fiquei com dó de um ex-marido que, com cara de cachorro magro, sonhava em voltar — e, graças à minha gentil saída do campo, acabou voltando. Espero que tenham sido felizes.

Célio Rodrigues Olavo, esses personagens das antigas, que compõem a sua biografia — que vez ou outra você cita por aqui –, poderiam dar o ar da graça, né!? Será possível que esse pessoal está tão por fora dos acontecimentos assim que desconhece a repercussão nacional da sua pessoa e dos seus ensinamentos? rs

Olavo de Carvalho Célio Rodrigues Quase todas as pessoas que passaram pela minha vida ignoram tudo a meu respeito, exceto o pouquinho que viram por um ângulo bastante limitado. A coisa mais óbvia do mundo é que quem não é capaz de apreender o sentido geral da obra de um escritor não o conhece como pessoa, só como personagem episódico.

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O ano mais azarado da minha vida –quase quatro décadas atrás — começou quando me convidaram para ver a festa de Iemanjá na praia de Copacabana, e eu, idiota, aceitei. Foi uma uruca do cão.

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