6.12.2017

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A esquerda mundial, hoje, está menos próxima de Marx que de Charles Fourier, o socialista utópico, para o qual a felicidade consistia em desfrutar de todos os prazeres do sexo e da mesa com a maior intensidade e variedade possíveis, e a razão de ser da sociedade residia em fornecê-los de graça.

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A frase mais machista da última década:
Rubem Alves: “Para entender a inteligência humana é preciso entender o pênis.”
E se você não tem um, como é que faz para se inscrever no curso de psicologia?

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Chamar suruba de doutrinação é o mesmo que chamar cu de cérebro.

Qualquer caixeiro de farmácia sabe ensinar o freguês a usar camisinha, mas no Brasil isso é curso universitário.

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Universidade brasileira:

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O vídeo da Sara Winter sobre a UERJ tem de ser exibido em tudo quanto é associação de trabalhadores, para que eles vejam aonde vai parar o dinheiro que eles produzem com o suor do seu rosto. Nada mais justo, neste momento, do que uma revolta popular contra a jovem elite de tagarelas hedonistas que vive de explorar aqueles que ela promete defender.

O vídeo da Sara Winter tem de ser visto por MILHÕES de brasileiros. Isso é mais urgente do que qualquer ação parlamentar.

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Emerson Oliveira Olavo de Carvalho,o duro foi ver o burro do esquerdopata escrever “Nitchy” naquele desenho tosco em vez de Nietzsche.

Na UERJ os intelequituar estuda até as obras de Nitchy e o assassinato de Trosko.

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A É Realizações publica uma nota em que desmente algo que eu nunca disse: que TODA a obra do Mário Ferreira foi mal editada. Falei apenas da maioria dos volumes da “Enciclopédia”. O “estado catastrófico de desordem editorial em que ele deixou seus escritos” a que me refiro percebe-se pelas edições publicadas, nas quais apontei erros cabeludos totalmente incompatíveis com a hipótese de uma revisão meticulosa feita pelo próprio autor. Se em manuscritos inéditos ele corrigiu esses erros — o que a editora parece sugerir –, o fato é que tais correções não chegaram a entrar no material publicado.

Não adianta nada a É-Realizações posar de criteriosa. Depois que essa editora pôs à venda a minha “Dialética Simbólica” com dezenas de páginas faltantes — inclusive as do ensaio que dá título ao livro — e teve de reimprimir tudo às pressas porque estrilei no último minuto, já no dia do lançamento, ela se tornou, para mim, a imagem viva do desleixo.
Para confirmá-lo, o mesmo aconteceu com o “Subsidiário” do Herberto Sales.

Já fui editor e nunca cometi cagadas desse tamanho.

Já trabalhei de secretário gráfico, aquele infeliz que em vez de trabalhar confortavelmente na redação fica na oficina, de madrugada, fiscalizando e corrigindo as últimas provas de um jornal e às vezes tem de cortar parágrafos, suprimir matérias, refazer títulos e rediagramar páginas inteiras um minuto antes da impressão. Num é pa mi gambá, mas o Samuel Wainer dizia que eu era o melhor secretário gráfico do mundo. Eu entendo dessas coisas, porra.

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Da página da Roxane Carvalho :

http://especiais.gazetadopovo.com.br/ideologia-de-genero-estudo-do-american-college-of-pediatricians/

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https://newswars.com/youtube-censors-polish-governments-video-exposing-catastrophic-migrant-invasion

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Quando o Samuel ligava para a oficina dizendo “Pare tudo, que eu tive uma idéia”, eu sabia que ao menos a primeira página teria de ser refeita de alto a baixo em questão de minutos. NUNCA deu merda.
Para vocês fazerem uma idéia de como são essas coisas, quando eu trabalhava na sucursal de Santos da Folha de S. Paulo, que então publicava uma edição local com o nome de “Cidade de Santos”, uma vez enviei uma matéria de última hora para o secretário gráfico na oficina central em São Paulo, e no dia seguinte ela saiu com o título: “Brasinha, esta matéria entra na página 3. Olavo.”

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A censura, a mordaça e, na mais branda das hipóteses, a recusa do diálogo são os mais constantes e sistemáticos procedimentos com que a esquerda preserva de toda crítica o controle hegemônico que exerce sobre a vida cultural.
Não conheço, na direita — seja ela o que for — alguém que corresponda à descrição que a Márcia Tiburi faz do “fascista” como o sujeito que nega ao “outro” o direito de existir, mas conheço alguns milhares na esquerda.

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” A verdade nem sempre está nas palavras, mas na razão íntima de dizê-las.”

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Muitas vezes mentimos por motivo justo e meritório: para salvar uma pessoa perseguida, para frustrar os planos de um criminoso, para levantar o moral de um deprimido, para evitar um escândalo que possa prejudicar um inocente, e assim por diante.
A verdade nem sempre está nas palavras, mas na razão íntima de dizê-las.

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Bons tempos aqueles em que Charles Péguy podia dizer “Tout commence en mystique et finit en politique.” Hoje tudo começa em política e termina em suruba.

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O Mário Ferreira, como muitos outros gênios vulcânicos que trabalham em velocidade alucinante, não era muito bom em matéria de consciência autobiográfica. Ao elaborar o último livro da série “Matese”, sob o título “Deus”, culminação de todo o seu esforço cognitivo, enxertou nele o texto inteiro de “Provas da Existência e Inexistência de Deus”, publicado décadas antes sob o pseudônimo Charles Duclos, numa época em que obviamente ele não havia alcançado ainda as grandes intuições estruturais que viriam a constituir a “Matese”. Quando ele diz que trabalhava na “Enciclopédia” desde trinta anos antes, isso só é verdade no que diz respeito à matéria, aos temas, mas não à forma intelectual, à estrutura total da sua filosofia, que obviamente só lhe ocorreu na penúltima e na última fases da sua vida pensante. Vida que se divide nitidamente em três fases: a do beletrista e publicista, filósofo informal e comentarista de Nietszche; a da “Filosofia Concreta”, que abrange a maior parte dos volumes da “Enciclopédia”; e a dos dez volumes finais (seis deles deixados inéditos, um dos quais eu mesmo vim a publicar), onde a denominação geral da doutrina muda da “Filosofia Concreta” para “Mathesis Megiste” (Ensinamento Supremo), correspondendo a essa mudança um salto formidável para um nível mais alto de abstração.

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Não será examinando originais datilografados que alguém incapaz de compreender a filosofia do Mário Ferreira vai reconstituir a biografia intelectual do filósofo.

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A Márcia Tiburi diz que, na filosofia, a linguagem se critica a si mesma — operação tão impossível quanto a do Barão de Munchausen que saía da água puxando-se pelos cabelos. Sem a noção escolástica do “verbum mentis”, assim como sem o princípio de que o mundo é o mediador de toda linguagem — princípio do qual fiz uma das bases da minha própria filosofia –, toda crítica da linguagem é apenas um jogo de permutações, um divertimento acadêmico.

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Não digo que inexistam fascistas no Brasil. Alguns — poucos — intervencionistas vão mesmo nessa direção. Mas são uma facção insignificante demais para justificar a autodefinição da esquerda como “antifascista”. A esquerda hoje só luta mesmo é contra a inteligência.

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Jose GouveiaGiuseppe ChiappettaArthur Danzi, Damásio de Oliveira e Tomas De Carvalho Pereira, vocês deixam saudades. Voltem sempre.

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A razão da verdade

“Muitas vezes mentimos por motivo justo e meritório: para salvar uma pessoa perseguida, para frustrar os planos de um criminoso, para levantar o moral de um deprimido, para evitar um escândalo que possa prejudicar um inocente, e assim por diante.
A verdade nem sempre está nas palavras, mas na razão íntima de dizê-las.”