Flávio Lindolfo Sobral

Flávio Lindolfo Sobral
Segundo meus cálculos, já são 773 horas, 58 minutos e 28 segundos de aulas do Curso Online de Filosofia, o famoso COF, do Olavo de Carvalho. Estamos na aula de número 412. Oito anos no ar completados em março deste ano de 2017. Se a alergia lhe oferecer uma trégua neste sábado, 30/12, o professor atingirá a marca de mais 775 horas de aulas.
Qual a importância destes números? Simples: quantas horas/aulas os críticos anti-olavo assistiram?
Já escutei de tudo: “é uma seita”, “é nada demais”, “é lixo”, “é enfadonho”, “eu já superei o Olavo”… Pergunte a estas alminhas: quantas horas/aulas do COF você assistiu? Se o indivíduo insistir que não é necessário assistir nenhuma aula para proferir sua crítica, mande-o tomar no cu logo. Não dê oportunidade de diálogo com desonesto. Se você acha que há outra forma de abordagem com gente que toma atitudes desonestas como estas, bem, a vida, a paciência e o tempo perdido são seus.

Insisto: as jóias de uma verdadeira educação superior, o ouro alquimicamente produzido por uma pedagogia que realmente educa, enfim, o essencial do professor Olavo de Carvalho se encontra nas aulas do COF. Tudo o mais são expressões, ora mais encorpadas e substanciosas, ora mais rarefeitas e tênues, da atividade pedagógica-filosófica que ele exerce. Aí se enquadram suas apostilas, hangouts, artigos de jornal, livros, programas de rádio e TV e publicações nas redes sociais. Nada chega perto do que é desenvolvido nas aulas do COF. Nada! Porque é uma oportunidade ímpar de ver em ação um filósofo filosofando e, melhor ainda, ensinando a filosofar a quem desejar seriamente. Filosofia não é um curso acadêmico ou uma atividade profissional de uns fulanos ao longo do tempo: é antes de tudo uma forma de viver a vida.

29.12.2017

O tema dos filmes de “western” não são tiroteios, não são brancos versus índios, não são xerifes e bandidos, não é nem mesmo a fronteira. O tema é sempre um só e o mesmo: a lealdade, a força coesiva sem a qual a sociedade se desmantela. Não por coincidência, é esse também o tema das obras morais de Josiah Royce, o filósofo do Velho Oeste. Acabo de ver “The Ballad of Lefty Brown” e confirmo isso pela enésima vez. É a história de um velho mocorongo que leva um voto de lealdade às suas últimas conseqüências.

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Depois de respirar por várias semanas a poeira de nove ou dez mil livros que haviam ficado num depósito por um ano e meio, peguei uma alergia que, além de me fazer espirrar, lacrimejar e tossir o tempo todo com uma coceira insuportável na garganta, me deixou afônico como uma tartaruga. Se isso não passar em tempo, amanhã não haverá aula do COF. Voltarei a avisar, ok?

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Um ano e meio de espera enervante, despesas sem fim, sacanagens de empreiteiros, alergia, um frio do cão e doses mastodônticas de esforço físico em transportes de coisas e em trabalhos de marcenaria — tudo valeu imensamente a pena. Meu escritório novo saiu EXATAMENTE como o planejei, mas, como ainda faltam alguns detalhes, não vou mostrá-lo ainda. Vou lamber a cria em segredo por uns dias antes de exibi-la.

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Relendo, pela segunda vez, “A Terceira Existência de Joseph Kerkhoven”, de Jacob Wassermann.
O que mais claramente define a personalidade de Joseph Kerkhoven é a consciência de um núcleo vital profundo que as pressões do ambiente, as taras hereditárias e o peso do hábito ameaçam a todo instante enrijecer e tornar quebradiço, e que deve constantemente adaptar-se e renovar-se para permanecer ativo e fiel a si mesmo. Ele observa, consternado, a facilidade com que as almas, levadas pela voragem das forças alienantes, se perdem de si mesmas e desenvolvem toda uma constelação de rituais neuróticos para defender-se de uma angústia que elas mesmas criaram no esforço de evitar o trabalhoso e às vezes humilhante retorno ao seu próprio centro.
Ele aprende a fazer a jornada de volta tantas vezes quanto necessário. Vive, por assim dizer, perto do seu próprio coração, de onde observa as coisas, fatos e pessoas com um realismo e uma compreensão admiráveis. Nisso reside a sua força., mas também a sua limitação permanente: ele não pode negociar nem transigir, tem de permanecer fiel a si mesmo contra todas as circunstâncias, contra todas as adversidades e seduções. É isso o que lhe permite enxergar tão claro na alma alheia ao ponto de perceber o nexo de causa e efeito entre as decisões de ontem e o sofrimento de hoje, entre os compromissos inconscientemente assumidos e as angústias que brotam anos depois como que surgidas do nada. O senso da misteriosa continuidade do destino por entre as falhas de uma atenção volúvel, escandida por mil estímulos fortuitos, é a raiz da sua capacidade de restaurar vidas estilhaçadas e corações retalhados.
Kerkhoven é, sem dúvida, o ”alter ego” do romancista, cuja tarefa não é outra senão a de revelar a unidade dos trajetos humanos por trás das consciências fragmentadas.

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“Poder pessoal” é aquilo que alguém pode fazer por suas próprias forças, sem nenhum apoio externo. Um homem de verdade jamais fala mais grosso do que o seu poder pessoal.

Amanda Kelly E uma mulher?

Olavo de Carvalho Só heroínas e mártires resistem a falar grosso usando um poder emprestado.

Feliz Ano Novo

Em 2016, os votos de Feliz Ano Novo do filósofo Olavo de Carvalho foram estes:

“Meus votos de Feliz Ano Novo para cada um de vocês são os seguintes: Aconteça o que acontecer, não se deixe desencorajar. Não feche os olhos ante a realidade, por pior que ela seja. A coragem do espírito, o amor incondicional à verdade, é a mãe de todas as virtudes — e não existe amor à verdade quando, por pensar que já a possui, você deixa de buscá-la. Peça a Deus que preserve, acima de tudo, a luz da sua consciência e a sua humildade de reconhecer a verdade quando ela aparece e é diferente do que você esperava. O resto deixe por conta d’Ele. Assim você atravessará o ano vitoriosamente, mesmo que tudo em volta seja derrota e tristeza.”