23.11.2017

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Uma gentil leitora, Fernanda Moura Andrade, me escreveu dias atrás informando que Roderick Navarro e Eduardo Bittar, dois líderes da resistência venezuelana à ditadura sanguinária de Nicolas Maduro, estavam nos EUA e queriam me visitar. Vieram e, nas poucas horas que passamos juntos, tiveram a oportunidade de descrever brevemente a situação atual do seu país, que eu conhecia só por alto. Agora sei que o regime venezuelano, criação do Foro de São Paulo, portanto dos srs. Lula e Fidel Castro, só pode ser qualificado como uma monstruosidade, uma usina de tormentos como os brasileiros mal conseguem imaginar. O Edson Camargo gravou uma entrevista com os dois visitantes, a qual em breve estará no Mídia Sem Máscara. Não só o esquema de poder que se apossou da Venezuela tem de ser destruído a todo preço, por uma simples questão de piedade para com suas vítimas, mas todos os brasileiros que colaboraram com ele ou o aplaudiram devem ser incansavelmente denunciados como cúmplices de crimes hediondos, até que se retirem definitivamente da vida pública, cobertos de infâmia. Aguardem a entrevista.

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“Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós.” (Fernando Pessoa)

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Até agora não recebi nenhuma notificação judicial com a ordem de retirar do ar quaisquer posts sobre o sr. Caetano Veloso. Zunzum de mídia não é autoridade.

Jonas Faga Jr. Entretanto, os sites dele já estão publicando as fake news de que a Justiça teria condenado o Flávio e o senhor a apagarem os “posts ofensivos” contra ele. 
Tereza Luzki Mas percebi que voce parou de chama-lo de “caetano veludoso”
Olavo de Carvalho Estes parágrafos são antecipações de uma possível defesa judicial, na qual não cabe usar apelidos.
Olavo de Carvalho Não recebi, por nenhum meio concebível, qualquer notificação nesse sentido, exceto a emitida pelo meritíssimo Lauro Jardim.

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Nunca pensei muito sobre o sr. Caetano Veloso, porque pouco ou nada vejo nele a ser pensado, exceto a título humorístico.
As atitudes que ele tomou nos últimos dias, no entanto, forçaram seu ingresso no meu círculo de atenção, donde obtive algumas conclusões que guardarei para expor na defesa contra a sua pretensão de ser ressarcido por um dano que não lhe fiz.

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A dura realidade:

https://www.facebook.com/biakicisoficial/videos/893959020770661/

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Se há uma coisa de que me arrependo é de ter ajudado o pessoal da esquerda a lutar contra a censura no tempo dos militares. A causa, em si e abstratamente, era justa, mas os que a protagonizavam não planejavam acabar com a censura, s sim apenas tomá-la das mãos dos militares e usá-la para os seus próprios fins, multiplicando o seu alcance, diversificando os meios de exercê-la e tornando-a mil vezes mais tirânica e maléfica do que era na ocasião.
Tarde na vida entendi o que é ser um idiota útil.

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Obrigar um ser humano a fingir que enxerga uma mulher quando está de fato enxergando um homem, ou vice-versa, é a mais requintada violência psicológica que se pode imaginar. É destruir a confiança instintiva que ele tem no seu aparato de percepção, é assassinar a sua psique, é negar e suprimir a sua identidade, é reduzi-lo a mero instrumento dos desejos de um outro. É rebaixá-lo a uma condição inferior à do escravo, que, forçado à obediência exterior, conserva a sua liberdade de perceber, sentir e pensar.
Um legislador tem de ser infinitamente perverso para desejar impor isso como obrigação legal.

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Se um outro tem o poder de obrigar você a vê-lo como ele deseja ser visto, independentemente de como você o vê na realidade, ele tem DOMÍNIO TOTAL sobre a sua psique. Você é um nada, e ele é tudo.

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Não creio que tenha havido, ao longo da História, nenhum outro assalto tão violento à integridade da psique humana,

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Qual a violência maior: chamar de homem um homem que deseja ser mulher, ou obrigar quem enxerga um homem a admitir que enxerga uma mulher? Qual dos dois bens em questão merece mais a tutela da Justiça: o desejo ou a percepção? A frustração do desejo produz incômodo e frustração, a repressão da percepção produz a dissonância cognitiva, a divisão da personalidade.
Haverá ainda, entre os legisladores e juristas brasileiros, um número suficiente de cérebros capazes de fazer essa avaliação comparativa?
Entre as celebridades, professores universitários e “formadores de opinião” em geral, parece que não há.

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Toda a “ideologia de gênero” não passa de um grosseiro PRECONCEITO. Preconceito que, sem a menor razão plausível, e realmente CONTRA toda interferência da razão, coloca os direitos do desejo acima dos direitos da percepção, como se frustrar um desejo fosse mais grave do que reprimir a percepção.

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A “ideologia de gênero” é uma filosofia para inteligências lesadas pela exacerbação idolátrica do desejo.

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Da página da Bruna Luiza :

Muita gente descobre o professor Olavo de Carvalho, e, na empolgação, começa a ler obras densas de filosofia e política sem se inscrever no curso online de Filosofia (COF). Em geral, isso não dá certo. É como tentar construir uma casa pelo telhado. Uma das primeiras lições que o professor nos dá em seu COF é que quase todos nós, brasileiros, somos analfabetos funcionais.

A gente sabe ler, mas não sabe retirar o sentido completo do que está no texto. Isso resulta numa mente confusa, com padrões mentais de desordem e mistifório. Esse é um problema muito maior do que nossas cabecinhas analfabetas conseguem sequer vislumbrar. Como dizem por aí: a gente não sabe juntar lé com cré, que dirá assimilar idéias complexas e aplicá-las à realidade.

E aí é que entra a importância de começar as coisas pelo começo, lendo literatura luso-brasileiro clássica. E bato muito nessa tecla sempre que falo de vida intelectual porque vejo, diariamente, a diferença que isso fez em minha vida. Se a gente não consegue ler Machado de Assis, compreender a sociedade e os tipos humanos que ele descreve, e os dilemas de seus personagens, como podemos nos achar aptos a falar sobre soluções para a economia ou modelos políticos ideais? Não devemos tentar dar passos maiores do que a perna.

É por isso que você está perdido, e a cada leitura nova se sente mais desnorteado. A construção não vai dar certo se tentarmos colocar tijolos sem mapear o terreno, ou botar telhado sem ter paredes. Só me encontrei quando parei de tentar abraçar o mundo com as orelhas e fui fazer o curso de Filosofia do professor Olavo.

É importante reconhecer nossa total e completa ignorância, buscando formação cultural básica: se alfabetizar, conhecer a literatura clássica, ouvir boas músicas, entender o que é o belo, o que é a arte. Em suma, entender que a gente não sabe nada. E se não sabemos nada, não sabemos também como sair da ignorância.

Não adianta selecionar leituras a esmo. Somente após construir o arcabouço cultural e intelectual básico temos real preparo para compreender e assimilar os grandes dilemas políticos, religiosos, e filosóficos. Temos alguém que estudou por décadas, cometeu tropeços no caminho, e depois fez um roteiro minuciosamente explicado para nos ajudar a evitar os mesmos erros. Esse alguém o professor Olavo e esse roteiro é o COF.

É preciso que tenhamos grande humildade e resignação, afinal, é muito difícil admitir que somos burros. A tarefa não é fácil, mas é o único caminho possível para chegar à Verdade. E esse é o melhor conselho que posso dar para quem quer se encontrar, e ser uma pessoa melhor. Economize seu dinheirinho na Black Friday e gaste-o se inscrevendo no COF. Depois de assistir alguns minutos de aula você já vai sentir vontade de agradecer. Adianto: de nada.

Bruna Luiza Obrigada por compartilhar, professor.

JS Cesar Uma pergunta fora de assunto: é verdade que, durante a “dita dura”, houve MUITO MAIS uma censura moralista que política? Vejo muito o velho comediante Juca Chaves afirmar isso (segundo ele, palavras como… “virgem” e “tesão” eram proibidas na Mídia) e, então, pensei: se foi mesmo assim, será, prof.°, que tal coisa não ajudou a arar a Terra pra atual moda evangélica? (Até porque as igrejas neopentecostais são dos anos 80, o final do Regime, e o crescimento dessas seitas se deu concomitantemente à “Nova” República)
Olavo de Carvalho Ao contrário. os anos 60-70 foram a apoteose da putaria. O governo financiava pornochanchadas.

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Não adianta argumentar contra a ideologia de gênero na base do “homem nasce homem, mulher nasce mulher”. Na prática, essa premissa está embutida em todo o discurso LGBT e nada pode contra ele. Nenhum homem desejaria tornar-se mulher se não reconhecesse que nasceu homem. Nem muito menos poderia ser homossexual sem identificar-se com o sexo em que nasceu. O ponto-chave da questão está a léguas desse tópico. O ponto-chave é o confronto entre o que um sujeito deseja parecer e o que outro consegue perceber — é a ânsia criminosa de destruir a percepção humana, obrigando cada pessoa a ver não o que ela vê, mas o que outros querem que ela veja.

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Se um homem consegue revestir-se de uma aparência feminina tão convincente que nada de masculino consigo perceber nele à primeira vista, não posso impedir meus olhos de enxergá-lo como mulher. “Mutatis mutandis”, se o cidadão não passa, a olhos vistos, de um homem vestido de mulher, nada no mundo pode me obrigar a vê-lo como mulher, exceto a prepotência estatal que aprisiona minha percepção numa camisa-de-força verbal calculada para subjugá-la, primeiro, e destrui-la, depois. A idéia mesma de “gênero”, no sentido corrente, foi inventada para subjugar as percepções espontâneas a uma convenção linguística artificiosa.

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Todo mundo conhece a piada da diferença entre o psicótico e o neurótico: aquele diz que dois mais dois são cinco, este admite que são quatro mas fica revoltadíssimo com isso. Aí está a explicação de muitas reações furiosas ante aquilo que escrevo. São sinais auspiciosos de que alguém está melhorando: passou da psicose à neurose.
O sr. Caetano Veludoso é um exemplo.

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Ante as pornochanchadas dos anos 60-70, a velha esquerda esbravejava que a direita estimulava “sexo, drogas e rock’n roll” para desviar as pessoas da realidade política. A nova esquerda descobriu que isso É a realidade política.

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A passagem do velho “ethos” comunista à idéia da libertação pelo sexo e pelas drogas está muito bem documentada no romance de Antônio Callado, “Quarup”.

Alvim Neto Professor, o senhor poderia me indicar algum livro que pudesse me ensinar a fazer boas traduções do francês para o português? Eu ficaria bastante feliz.
Olavo de Carvalho Paulo Rónai, “Guia Prático da Tradução Francesa” e “A Tradução vivida”.

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Vamos e venhamos: o prazer sexual não é uma necessidade absoluta. É, sob muitos aspectos, um luxo. Desde que inventaram a punheta, ninguém jamais morreu por privação de sexo.

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Não há cretinice que hoje em dia apareça como a última moda que não seja cópia de alguma bobagem dos anos 60-70 do século XX.

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http://venezuelalivre.com.br/

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Na adolescência, eu era louco pelas histórias de Sherlock Holmes. Meu amigo, filho de comunistas ricos, preferia as aventuras de Arsène Lupin, o ladrão elegante. Quanto isso não prenunciava sobre os nossos destinos!

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